Screening para Pré-eclâmpsia no 1º trimestre de gestação


12.06.24
Triagem precoce com PlGF and PAPP-A para a melhor redução de risco.

A pré-eclâmpsia é uma complicação da gravidez que pode afetar de 2% a 8% das gestantes. Seus sintomas se apresentam a partir da 20ª semana de gestação, e a condição cursa com significativa morbi-mortalidade materno-fetal.

As principais complicações maternas da pré-eclâmpsia são a síndrome HELLP e a evolução para a eclâmpsia. Além disso, mulheres com histórico de pré-eclâmpsia apresentam risco cardiovascular 3 a 4 vezes maior, podendo ser ainda maior quando o seu início se dá antes de 34 semanas de gestação.

A pré-eclâmpsia também pode causar graves complicações ao feto, como prematuridade, baixo crescimento intrauterino, displasia broncopulmonar, e morte fetal.

O desequilíbrio entre fatores pro-angiogênicos (PlGF) e anti-angiogênicos (sFlt-1) é um fator-chave para o desenvolvimento da pré-eclâmpsia, e eclâmpsia.

Observa-se a partir da 11ª semana uma significativa redução de PlGF em mulheres que irão desenvolver pré-eclâmpsia, em comparação com o grupo controle de gestações sem complicações.

Os fatores de risco clínicos clássicos são capazes de predizer somente em torno de 30% dos casos de pré-eclâmpsia:

• História familiar materna e paterna

• Gestação prévia com pré-eclâmpsia

• Gestação Múltipla

• Idade Materna > 40 anos

• Obesidade (IMC > 30)

• Hipertensão, Diabetes mellitus ou doença renal pré-existente

• Inflamação sistêmica

• Etnia (africana e sul asiática)

Uma abordagem de triagem combinando algumas variáveis em um algoritmo de risco, incluindo dosagens séricas de alta sensibilidade de PlGF e PAPP-A, é capaz de identificar, já no primeiro trimestre, mulheres sob alto risco de desenvolverem pré-eclâmpsia, e pré-eclâmpsia pré-termo, com taxa de detecção de 90% e de falsos-positivos de 5%.

Fatores aplicados no algoritmo de risco de desenvolvimento de pré-eclâmpsia:

• dosagens séricas maternas de PAPP-A e PlGF no período de 11+0 a 13+6 semanas de gestação

• características maternas

• índice de pulsatilidade da artéria uterina (UtA-PI)

• pressão arterial média

A identificação precoce das gestações sob alto risco permite a intensificação, guiada pelo risco, do monitoramento materno-fetal e a introdução de terapêuticas que reduzem significativamente a prevalência da pré-eclâmpsia.

O estudo ASPRE demonstrou que o uso de baixas doses de aspirina (150 mg/dia), iniciado antes da 16ª semana, em mulheres com alto risco identificado entre as semanas 11+0 and 13+6, resultou em uma redução de 82% na prevalência da pré-eclâmpsia de início precoce (menos de 34 semanas) e de 62% da pré-eclâmpsia em geral (menos de 37 semanas).

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Dra. Monica Di Calafiori Freire
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Medicina Interna e Intensiva  MBA em Gestão em Saúde pela COPPEAD-UFRJ Mestre em Ciências Cardiovasculares pela UFF  Doutoranda em Ciências Médicas pela UERJ
Dr. Helio Magarinos
Diretor Médico
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Diretor do Richet Medicina & Diagnóstico, Especialista em Patologia Clínica e Medicina Laboratorial com MBA em Gestão de Negócios pelo IBMEC. Membro da Sociedade Brasileira de Patologia Clinica (SBPC), da American Association for Clinical Chemistry (AACC), da American Society for Microbiology (ASM), da American Molecular Pathology (AMP) e da European Society for Microbiology and Infectious Diseases (ESCMID).
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