O diabetes é uma das principais causas de morte, atingindo cerca de 422 milhões de pessoas no mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
É uma doença caracterizada por uma disfunção metabólica crônica com elevação dos níveis de glicose sanguínea (açúcar no sangue), que podem afetar diversas partes do organismo com o tempo, como o coração, vasos sanguíneos, rins, olhos e sistema nervoso.
Existem dois tipos de diabetes, tipo 1 e tipo 2. O tipo 1 (ou diabetes juvenil ) é uma doença crônica autoimune na qual o pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina, um dos hormônios responsáveis pelo controle glicêmico. Já o diabetes do tipo 2 ocorre quando há uma resistência das células do organismo em responder à ação da insulina, gerando deficiência na captação de glicose pelas células e aumento da glicemia.
O diabetes do tipo 2 é a mais prevalente, sendo mais comum em adultos. Suas causas são multifatoriais, e inclui obesidade, fatores genéticos e de estilo de vida.
Como mencionado anteriormente, o diabetes é uma doença que possui correlação com diversas outras comorbidades, entre elas patologias cardiovasculares.
Nesse sentido, recentes descobertas feitas por pesquisadores da renomada Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins foram publicadas no mês de Junho deste ano no Journal of the American College of Cardiology, uma das mais renomadas revistas científicas da área. Segundo os resultados apresentados no estudo, em idosos que apresentam insuficiência cardíaca em estágio inicial (ou pré-clínico), o diabetes não controlado pode aumentar significativamente o risco de evolução da insuficiência cardíaca.
Neste estudo, os cientistas avaliaram 4774 adultos que apresentavam insuficiência cardíaca pré-clínica e verificaram a influência do descontrole glicêmico na evolução da doença. Esta insuficiência cardíaca pré-clínica foi classificada em estágio A ou B. O estágio A significa a existência de pelo menos um fator de risco clínico para a doença, como obesidade ou hipertensão, mas sem apresentar dano cardíaco. Já o estágio B representa a presença de doença cardíaca estrutural ou biomarcadores cardíacos elevados, mas ainda sem sinais ou sintomas.
Para definir a presença de diabetes, alguns parâmetros foram padronizados. O diabetes foi caracterizado por diagnóstico médico, uso de medicamentos para controle glicêmico, níveis de glicose sanguínea sem jejum acima de 200 mg/dl, glicemia de jejum acima de 126 mg/dl ou hemoglobina glicada (Hb1Ac) acima de 6,5%.
O exame de Hb1Ac é um dos principais parâmetros utilizados no controle da diabetes, pois verifica os níveis glicêmicos dos últimos 3 meses. Isso acontece porque a glicose permanece ligada aos glóbulos vermelhos durante o ciclo de vida destas células, que dura em torno de 120 dias. Por isso, este exame serve como um bom parâmetro para verificar o controle da doença. Foram classificados os pacientes como tendo diabetes controlado quando a Hb1Ac estava abaixo de 7% ou não controlado quando a Hb1Ac estava acima ou igual a 7%.
Como resultados, o grupo de pesquisa descobriu que pacientes que apresentavam o diabetes descontrolado tinham maior chance (1,5x mais) de evoluir a insuficiência cardíaca de estágio A para doença cardiovascular manifesta. Estes resultados foram ainda piores em participantes que apresentavam estágio B da insuficiência cardíaca (1,8x mais). Além disso, os pacientes em estágio B com diabetes descontrolado apresentam insuficiência cardíaca com sintomas em idade mais jovens (em trono de 80 anos).
Estes resultados ressaltam a importância e a forte correlação entre as duas doenças. Os pesquisadores enfatizam que efetuar um tratamento e controle adequado do diabetes é fundamental para frear o avanço da insuficiência cardíaca. Dessa forma, pode-se aumentar a expectativa de vida de pacientes que apresentam doenças cardiovasculares. Os próximos passos da pesquisa são buscar o entendimento acerca dos mecanismos envolvidos por trás dessa resposta.
Realizar o controle do diabetes pode envolver aspectos que vão muito além do uso de medicamentos e do controle dietético.
Ao menos é o que sugere uma pesquisa publicada na revista Diabetes Care. Neste pioneiro estudo, cientistas descobriram que a duração do sono pode impactar nos níveis de glicose no sangue de pessoas com pré-diabetes.
Neste estudo, cientistas descobriram que paciente pré-diabéticos ou com diabetes do tipo 2 que relatavam baixa qualidade do sono (menos de 5 horas/dia) apresentaram um aumento na hbA1c quando comparados a pacientes que tinham um sono regular (7 – 8 horas/dia). Além disso, um sono de mais de 8 horas também foi associado à glicemia de jejum mais elevada.
Dessa forma, a recomendação é dormir com regularidade (7 a 8 horas por dia) para garantir um controle glicêmico adequado. Além disso, é fundamental manter seus exames de rotina atualizados! No Richet Medicina e Diagnóstico contamos com os exames certos para dosar a sua glicemia, além de contar com modernos exames de diagnóstico por imagem para avaliar a saúde cardiovascular, como o ecocardiograma.
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Referência:
Echouffo-Tcheugui, J. B., Ndumele, C. E., Zhang, S., Florido, R., Matsushita, K., Coresh, J., ... & Selvin, E. (2022). Diabetes and Progression of Heart Failure: The Atherosclerosis Risk In Communities (ARIC) Study. Journal of the American College of Cardiology.
Mokhlesi, B., Temple, K. A., Tjaden, A. H., Edelstein, S. L., Utzschneider, K. M., Nadeau, K. J., ... & Van Cauter, E. (2019). Association of self-reported sleep and circadian measures with glycemia in adults with prediabetes or recently diagnosed untreated type 2 diabetes. Diabetes Care.
OMS. Diabetes. 2022. Disponível em: https://www.who.int/health-topics/diabetes#tab=tab_1.