O Diabetes Mellitus (DM), ou apenas Diabetes, como é mais conhecido, é uma síndrome metabólica de origem múltipla, ou seja, que pode ser ocasionada por diversos fatores diferentes e não uma causa única. Ele é decorrente da falta de insulina e/ou da incapacidade de a insulina exercer adequadamente suas “tarefas” dentro do nosso corpo.
A insulina é produzida pelo pâncreas e é responsável pela manutenção do metabolismo da glicose e a falta desse hormônio provoca déficit na metabolização da glicose e, consequentemente, origina o diabetes.
Sua característica principal é o aumento da taxa de açúcar no sangue (hiperglicemia) de forma permanente.
Existem 5 tipos de diabetes. Entretanto, há, ainda, outras formas de desenvolver o diabetes, que são mais raras e que podem ser desencadeadas por diferentes motivos.
Antes do Diabetes se instalar, o corpo dá sinais de atenção, possibilitando que o paciente tenha tempo de reverter seu quadro. Chamamos este estágio de pré-diabetes.
É uma condição que precede o diabetes, mas que pode ser reversível se forem adotados hábitos de vida mais saudáveis. O Brasil é o 5º país em incidência de diabetes no mundo, com 16,8 milhões de doentes adultos (20 a 79 anos)[1], perdendo apenas para China, Índia, Estados Unidos e Paquistão. Ou seja, é importante levar o aviso da pré-diabetes à sério, a mudança rápida e definitiva de hábitos pode ser crucial para se manter saudável e longe da doença.
Entre os fatores que podem levar uma pessoa a desenvolver a pré-diabetes estão o sedentarismo, alimentação inadequada, idade avançada, fatores genéticos, além do sobrepeso. O indivíduo é considerado pré-diabético quando os valores da sua glicemia em jejum variam entre os 100 e 125mg/dl e é considerado diabético se esse valor atingir os 126mg/dl, veja o quadro abaixo [2]:
VALORES DE REFERÊNCIA DE GLICEMIA |
Glicemia de jejum normal: inferior a 99 mg/dL |
Glicemia de jejum alterada: entre 100 mg/dL e 140 mg/dl |
Diabetes (glicemia em jejum): igual ou superior a 126 mg/dL |
Glicemia de jejum baixa ou hipoglicemia: igual ou inferior a 70 mg/dL |
Pessoas que possuem casos de diabetes em primeiro grau na família precisam ter um cuidado maior com a saúde, pois a ocorrência de casos de diabetes na família em primeiro grau como avós, pais e irmãos, pode ser um índice preponderante ao aparecimento da pré-diabetes ou até mesmo para a diabetes mellitus.
A prevenção é feita através da adoção de hábitos saudáveis de vida e do acompanhamento médico regular. A pré-diabetes é uma doença grave que pode ser tratada e é reversível.
A boa notícia é que estudos mostram conclusivamente que as pessoas com o diagnóstico da pré-diabetes podem prevenir o desenvolvimento de diabetes tipo 2, podendo até restabelecer a normalidade de seus níveis de glicose no sangue.
O DM Tipo 1 está geralmente ligado a condições genéticas, é geralmente identificado na infância ou na adolescência, onde o organismo não produz ou produz pouca insulina, devido a um ataque do sistema imunológico às células beta do pâncreas (responsáveis por sintetizar e secretar o hormônio insulina). Devido à falta ou escassez de insulina, a glicose que não consegue entrar na célula e fica na corrente sanguínea, levando a um quadro de hiperglicemia (excesso de açúcar).
A Diabetes Mellitus Tipo 1 atinge de 5 a 10% do total de diagnosticados. Neste caso, o quadro de pré-diabetes não existe.
Principais sintomas da Diabetes Mellitus Tipo 1 são:
- Vontade de urinar diversas vezes;
- Fome frequente;
- Sede constante;
- Perda de peso;
- Fraqueza;
- Fadiga;
- Nervosismo;
- Mudanças de humor;
- Náusea;
- Vômito.
A DM Tipo 2 é a forma que precede através do quadro da pré-diabetes. É quando o quadro está extremante relacionado ao estilo de vida e alimentação do paciente, é o diagnóstico de 90% do total de diabéticos diagnosticados.
O organismo produz uma quantidade insuficiente de insulina e/ou pode, até mesmo, desenvolver uma resistência ao hormônio. Com isso gera-se um aumento da demanda de síntese da insulina, como um mecanismo de compensação, ocasionando um quadro primário de hiperinsulinismo (secreção excessiva do hormônio insulina, pelas células do pâncreas, resultando em hipoglicemia).
Porém, a permanência no quadro pode causar uma exaustão das células pancreáticas, levando ao quadro de hipoinsulinismo (deficiência de insulina no organismo) resultando em uma hiperglicemia persistente.
Principais sintomas da Diabetes Mellitus Tipo 2 são:
– Infecções frequentes;
– Alteração visual (visão embaçada);
– Dificuldade na cicatrização de feridas;
– Formigamento nos pés;
– Furúnculos.
Como o nome já indica, é o quadro desenvolvido por cerca de 3 a 25 % das grávidas. Durante a gravidez a mulher desenvolve um mau funcionamento do pâncreas, que não consegue produzir insulina para processar a quantidade de glicose no sangue, deixando o bebê exposto a uma quantidade excessiva.
A Diabetes Mellitus Gestacional pode gerar complicações como: malformações fetais, macrossomia fetal, maturidade fetal, abortamento espontâneo, pré-eclâmpsia, hipertensão, nefropatia e retinopatia diabética, hipoglicemia neonatal, seguida até de convulsão e sequela neurológica, entre outras.
Observação importante:
Resumindo, a Diabetes Mellitus Gestacional é a diminuição da tolerância à glicose, diagnosticada pela primeira vez na gestação, podendo ou não persistir após o parto.
Sua causa exata ainda não é conhecida.
Fatores de risco: idade materna > 35 anos, IMC > 25/m2, antecedente pessoal ou familiar, uso de corticoides, diuréticos, síndrome do ovário policístico.
Principais sintomas da Diabetes Mellitus Gestacional:
Normalmente são assintomáticas, mas quando apresentam sintomas, as grávidas podem se queixar de sede excessiva, ganho de peso exagerado (fetal ou materno), vontade de urinar diversas vezes, mal-estar, fadiga, edema de membros inferiores e/ou superiores e visão turva.
LADA vem do inglês “Latent Autoimmune Diabetes of the Adult”, que significa Diabetes autoimune latente do adulto. Ou seja, são pessoas que produzem um tipo de anticorpos chamados anti-GAD, que normalmente é uma enzima, que ajuda o pâncreas a desempenhar o seu papel.
Ocorre quando o corpo começa a produzir anticorpos, as células produtoras de insulina começam a ser destruídas e a sua função fica comprometida. Geralmente, são diabéticos do tipo 1 que manifestam a doença em idade adulta. Porém, esse processo acontece de forma mais lenta do que o diabetes tipo 1, assim permite o controle de glicemia por medicamentos orais por mais tempo. Além disso, a maioria dos pacientes com diabetes do tipo LADA tem IMC normal ou abaixo do normal, costumam apresentar um melhor perfil metabólico e tensão arterial mais controlada.
Seu quadro de sintomas e afins se assemelham ao do diabetes tipo 1.
Estima-se que perto de 5% dos indivíduos classificados como portadores de diabetes mellitus tipo 2 e 10% daqueles considerados como tipo 1 (anteriormente classificado como juvenil) sejam, na verdade, portadores de mutações MODY.
A sigla MODY vem do inglês: “Maturity Onset Diabetes of the Young”, que significa diabetes juvenil de início tardio. É considerada o único tipo de origem puramente genética. Ocorre por uma transmissão autossômica dominante (determinada em pelo menos três gerações).
A peculiaridade é que, no diabetes MODY, há uma capacidade de controle muito maior do organismo – mesmo sem os recursos da insulinoterapia durante, pelo menos, dois anos.
Sejam por motivos genéticos ou por estilo de vida, em todos os tipos há diferenças em seus tratamentos, porém o diagnóstico em todos os casos, é o acompanhamento médico e exames periódicos. Converse com seu médico e marque seus exames!
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Diabetes Mellitus Tipo 1, Diabetes tipo LADA e Diabetes tipo MODY: exige o uso de insulina por via injetável para suprir o organismo desse hormônio que deixou de ser produzido pelo pâncreas. O uso da medicação tem por característica o fato de ser contínuo, uma vez que ainda não há uma reversão para o quadro genético.
Diabetes Mellitus Tipo 2: não depende da aplicação de insulina e pode ser controlado por medicamentos ministrados por via oral. Dependendo do quadro, pode ser reversível.
Para isso a dieta alimentar equilibrada é fundamental para o controle do diabetes. A orientação de um nutricionista e o acompanhamento de psicólogos e psiquiatras podem ajudar muito a reduzir o peso e, como consequência, criar a possibilidade de usar doses menores de remédios.
Atividade física é de extrema importância para reduzir o nível da glicose em todos os tipos de diabetes, inclusive o gestacional, que tem uma característica temporária.
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Fontes:
[1] https://bvsms.saude.gov.br/diabetes/
[2] https://abeso.org.br/qual-o-valor-normal-da-glicemia-saiba-o-que-e-e-como-medir-corretamente/