Saiba mais sobre a Cintilografia de Perfusão Miocárdica
As doenças cardiovasculares representam uma séria questão de saúde mundial, pois são a principal causa de morte no mundo segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Estimativas apontam que 32% do total de mortes sejam devidas a problemas cardiovasculares, sendo que 85% destas por infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral.
Apesar das estatísticas nada favoráveis, é importante destacar que muitos problemas cardiovasculares podem ser prevenidos por meio de mudanças comportamentais e de estilo de vida.
A detecção precoce da doença é outro ponto fundamental que pode evitar desfechos clínicos graves. Assim, é possível procurar aconselhamento médico para mudanças comportamentais, utilização de medicamentos específicos e, em casos mais graves, intervenções cirúrgicas.
Apesar da extrema necessidade, o diagnóstico precoce de doenças cardiovasculares ainda é um desafio na medicina. Basear o diagnóstico somente em sinais clínicos, como a dor torácica do infarto não é a melhor estratégia, pois esta manifestação pode ocorrer mais tardiamente no quadro isquêmico.
Dessa forma, a inclusão de metodologias diagnósticas não invasivas e mais específicas para avaliação cardiovascular são fundamentais. A Cintilografia de Perfusão Miocárdica é um método não invasivo capaz de avaliar a perfusão miocárdica e função cardíaca. Em outras palavras, é possível analisar com grau elevado de precisão se existem repercussões na chegada de sangue nas artérias do coração que prejudiquem a irrigação sanguínea e o funcionamento do músculo cardíaco.
Esse tipo de tecnologia faz parte de um ramo da medicina diagnóstica chamada Medicina Nuclear, que utiliza compostos radioativos, em mínimas quantidades, injetados por via venosa. No caso da cintilografia miocárdica, o composto contendo o elemento radioativo é injetado no paciente para o mapeamento da distribuição da substância no músculo do coração, que pode ser captado por meio de equipamentos especializados e gerar imagens precisas da perfusão e contratilidade do músculo cardíaco.
Os radiofármacos não são considerados contrastes, como os utilizados em outros exames, e apenas em casos muito raros podem ocasionar algum tipo de efeito adverso. Além disso, o nível de exposição à radiação é baixo (menor que uma tomografia) e não traz riscos significativos à saúde da maioria dos pacientes.
A grande vantagem deste método é a geração de imagens de alta acurácia por meio de equipamentos específicos, expandindo as possibilidades de análise do médico e proporcionando mais segurança e precisão no diagnóstico das doenças cardiovasculares.
Após a injeção do radiofármaco o paciente é encaminhado para a captura das imagens. Os radiofármacos são compostos que emitem fótons radioativos (radiação) capturados por detectores do equipamento altamente sensíveis, posicionados acima do tórax do paciente. Assim, as imagens capturadas da perfusão miocárdica são reconstruídas utilizando softwares semelhantes ao utilizado na tomografia computadorizada.
Para uma melhor avaliação do funcionamento cardiovascular, o exame pode ser realizado em diferentes condições para fins comparativos.
A cintilografia em repouso é feita após a injeção do radiofármaco com o paciente em repouso. No entanto, para uma melhor avaliação do funcionamento do coração e suas artérias é necessária a avaliação em condições que exijam esforço cardíaco para determinar áreas do coração que estão com risco elevado de isquemia, por exemplo.
Nessas situações, o exame pode ser feito em condições de estresse físico ou estímulo farmacológico. No estresse físico, o paciente é submetido ao exercício físico em esteira ergométrica e no pico do esforço é feita a administração venosa do radiofármaco. Essa situação mimetiza condições em que o sistema cardiovascular é submetido a altas demandas metabólicas.
Por outro lado, o estresse farmacológico utiliza medicamentos ao invés de o exercício para simular diferentes condições de funcionamento cardíaco. Com ambos os testes é possível evidenciar potenciais perdas da reserva funcional coronariana e da perfusão de territórios do tecido cardíaco. Por exemplo, se existe alguma obstrução em vasos que irrigam o coração, as áreas de sofrimento isquêmico serão identificadas na imagem.
O exame pode ser realizado para a estratificação e pesquisa de isquemia miocárdica em pacientes com fatores de risco para doenças cardíacas. É indicado também para investigar dor torácica suspeita de insuficiência coronariana, complementação de exames alterados (ecocardiograma, angiotomografia de coronárias, entre outros), avaliação de eficácia de terapias coronarianas (angioplastias com stents e cirurgias de bypass) e avaliação de risco cardiovascular pré-operatório. Além disso, a cintilografia é uma técnica que pode ser aplicada para diversos outros órgãos, como os rins, pulmões e cérebro.
A Cintilografia de Perfusão Miocárdica é uma técnica robusta e bem estabelecida, que possui vasta literatura científica que suporta seu uso na investigação diagnóstica, avaliação do prognóstico e manejo de pacientes com doenças cardiovasculares.
O Richet Medicina e Diagnóstico é especializado neste tipo de exame. Contamos com modernos equipamentos, médicos, técnicos e equipe de enfermagem experientes para garantir a segurança e precisão dos seus exames. Atuamos tanto na área hospitalar, como em parceria com clínicas que atuam em diversas especialidades médicas. Além disso, oferecemos estrutura de atendimento laboratorial a centros de pesquisa clínica com apoio técnico, operacional e logístico.
Nós, do Richet, assumimos o compromisso de trazer informações relevantes e atuais para você se manter sempre bem informado no que há de mais moderno na área da medicina e diagnósticos.
Referência: Hachamovitch, R., Hayes, S. W., Friedman, J. D., Cohen, I., & Berman, D. S. (2003). Comparison of the short-term survival benefit associated with revascularization compared with medical therapy in patients with no prior coronary artery disease undergoing stress myocardial perfusion single photon emission computed tomography. Circulation. Hyafil, F., Gimelli, A., Slart, R. H., Georgoulias, P., Rischpler, C., Lubberink, M., ... & Verberne, H. J. (2019). EANM procedural guidelines for myocardial perfusion scintigraphy using cardiac-centered gamma cameras. European Journal of Hybrid Imaging. Notghi A, Low CS. (2011). Myocardial perfusion scintigraphy: past, present and future. Br J Radiol. WHO. Cardiovascular Diseases. 2022. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/cardiovascular-diseases-(cvds)