O Zika, a Dengue e a Chikungunya são doenças que possuem muitas características similares. A principal delas é o transmissor (vetor), o mosquito Aedes Aegypti, responsável por transmitir também outras doenças como a febre amarela.
As três doenças podem apresentar sintomas bem parecidos, por isso é muito comum que sejam confundidas entre si. Porém, a doença causada pelo vírus Zika pode desenvolver problemas neurológicos graves, como encefalites e a Síndrome de Guillain-Barré, além de complicações como a microcefalia, uma malformação congênita do cérebro do bebê.
Dentre as três doenças, a dengue tem sido considerada a mais perigosa pelo número de mortes. Segundo boletim epidemiológico do Ministério da Saúde
Os surtos de Dengue, Zika vírus e febre Chikungunya colocaram em alerta os órgãos de saúde e a população de todo o Brasil.
Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, a transmissão da Dengue vem ocorrendo de forma continuada desde 1986, intercalando-se com a ocorrência de epidemias, geralmente associadas com a introdução de novos sorotipos em áreas sem ocorrências anteriores ou alteração do sorotipo predominante. O maior surto no país ocorreu em 2013, com aproximadamente 2 milhões de casos notificados. Atualmente, circulam no país os quatro sorotipos (variedades) da doença, que identificadas pelas siglas DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4.
Os primeiros casos da Chikungunya no Brasil apareceram em setembro de 2014, em Oiapoque, no Amapá. Antes disso, já haviam relatos de casos de pessoas que contraíram a virose fora do país.
O Zika foi identificado pela primeira vez no Brasil em abril de 2015, por dois pesquisadores do Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia depois que uma doença misteriosa começou a preocupar a população de Salvador e região metropolitana. A suspeita é de que ela tenha sido trazida para o Brasil por pessoas infectadas durante a Copa do Mundo.
Como dissemos acima, tanto o Zika, quanto a Chikungunya e a dengue podem apresentar sintomas clinicamente parecidos, como febre, dores de cabeça, dores nas articulações, enjoo e manchas vermelhas no corpo. Porém há alguns sintomas marcantes que as diferenciam.
O que também diferencia as três doenças é a intensidade que ocorrem os sintomas. Por exemplo, a principal manifestação sintomática da Chikungunya que a diferencia da dengue e do Zika são as dores intensas nas articulações (artralgia). Essas dores fortes ocorrem por conta do processo inflamatório e podem irradiar por todas as articulações, principalmente dos pés e das mãos (dedos, tornozelos e pulsos). Em boa parte dos casos, as dores são acompanhadas de inchaço (edemas) e rigidez.
As dores também ocorrem na dengue e no Zika, porém a intensidade é significativamente menor: o paciente com dengue ou Zika apresenta apenas dores leves a moderadas.
Outro sintoma que pode contribuir nos diagnósticos clínicos dessas doenças é a vermelhidão nos olhos: o paciente infectado com Zika ou Chikungunya pode apresentar olhos vermelhos, como uma conjuntivite; já a dengue provoca dores atrás nos olhos, sem vermelhidão.
A principal complicação é a desidratação grave, que ocorre sem a pessoa perceber. Por isso, é importante que a pessoa com Dengue beba bastante líquido. É preciso ter cuidado também com a evolução para dengue hemorrágica, uma forma de dengue grave.
A principal complicação causada pelo vírus Chikungunya é a permanência, por longo tempo, das dores e inchaço nas articulações, o que pode impossibilitar o retorno da pessoa às suas atividades.
As complicações que mais chamam atenção têm sido as manifestações neurológicas como paralisia facial e fraqueza nas pernas, a exemplo do desenvolvimento da Síndrome de Guillain-Barré.
O vírus é transmitido pelo mosquito Aedes Aegypti. Não há evidências consistentes de transmissão dos três vírus por meio de saliva, urina ou leite materno, ou até mesmo através de contato sexual. Portanto, quaisquer outras possíveis formas de transmissão do Zika, da dengue e da Chikungunya precisam ser avaliadas com profundidade, a partir de estudos científicos.
O mais importante é:
Todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis às três doenças, porém as pessoas mais velhas têm maior risco de desenvolver complicações mais graves. O risco de gravidade e morte também aumenta quando a pessoa tem alguma doença crônica, como diabetes e hipertensão.
Os sintomas podem ser parecidos, mas cada doença tem um tratamento diferente. Procure um médico se houver suspeita ou se você apresentar os sintomas. Evite a automedicação.
Ainda não existem medicamentos ou vacinas contra os vírus da dengue, da Chikungunya e da Zika. Portanto, a única forma de prevenção é eliminar o mosquito. O Aedes Aegypti precisa de água parada para proliferar: logo, é preciso manter os ambientes limpos para evitar a proliferação dos criadouros. Reforce sempre os cuidados e as medidas de eliminação de focos potenciais. A maior recomendação é retirar água armazenada em vasos de plantas, pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso ou sem manutenção, e até mesmo em recipientes pequenos como tampas de garrafas.
O verão é o período de maior transmissão, por ser a época de meses mais chuvosos, quentes e úmidos. Entretanto, não se pode descuidar da higiene e da conscientização nas demais estações do ano, principalmente porque os ovos do mosquito podem sobreviver até um ano até encontrar condições propícias para se desenvolverem.
Além disso:
Já está disponível em todas as unidades do Richet Medicina & Diagnóstico o Painel ZDC, Detecção Qualitativa, o exame capaz de identificar, ao mesmo tempo, dengue, zika e chikungunya, doenças que vêm sendo responsáveis por uma sequência de surtos e epidemias nos últimos anos no Brasil, causando muitas mortes.
Abaixo, descrevemos outros exames disponíveis para o diagnóstico das três doenças:
Trata-se de uma proteína que é produzida durante o metabolismo do vírus da Dengue, e, portanto, reflete a atividade viral. Ou seja, se estiver positiva, significa que existe vírus ativo no sangue e isso serve como evidência para o diagnóstico da doença. O Antígeno NS1 pode ser detectado a partir do primeiro dia após o início dos sintomas até aproximadamente o décimo dia.
Correspondem à resposta de defesa do nosso organismo à invasão dos vírus. Os anticorpos se aderem aos vírus na tentativa de neutraliza-los e, portanto, quando presentes no sangue, são evidências de infecção pelo vírus específico para o tipo de anticorpos. Os anticorpos do tipo IgM aparecem logo no início da doença, entre o 4º e o 7º dia, permanecendo detectáveis no sangue em torno de 15 a 30 dias após o término do ciclo. Já os anticorpos do tipo IgG aparecem um pouco mais tarde no sangue e podem permanecer detectáveis por um tempo muito maior. Este tempo varia de meses até muitos anos, dependendo do tipo de doença. A limitação da pesquisa de anticorpos é que, dependendo da semelhança entre os vírus, podem apresentar reações cruzadas; ou seja, podem estar positivos para mais de um tipo de doença, apesar de somente uma estar acontecendo.
O RNA é o material genético dos vírus. Este tipo de teste captura um fragmento do RNA do vírus e amplifica para que possa ser detectado com maior facilidade. A sequência genética dos vírus é única e por este motivo não apresenta reatividade cruzada, sendo o teste mais específico e eficaz para o diagnóstico destas três viroses. O problema é que este fragmento genético dos vírus não permanece detectável no sangue por muito tempo, mas apenas no início da doença, até o 5º dia após o início da sintomatologia, o que deixa o teste limitado ao período para a colheita da amostra. Recentemente, foram desenvolvidas técnicas para a pesquisa do vírus na urina, em especial para o Zika vírus. Os estudos mostraram que na urina o material genético do Zika vírus pode permanecer detectável por um período mais prolongado, até o 10º dia.
Uma importante mensagem diz respeito às indicações específicas para a realização de cada teste. Qualquer teste diagnóstico só terá valor se trouxer algum benefício para o paciente. Neste sentindo, os testes devem ser solicitados e interpretados pelo médico que examinou o paciente, pois ele será a pessoa mais indicada para a correta interpretação do resultado.
Dengue: Antígeno NS1, RNA PCR1
Chikungunya: RNA PCR
Zika vírus: RNA PCR no sangue
Dengue: Antígeno NS1, Anticorpos IgG e IgM2
Chikungunya: RNA PCR, Anticorpos IgG e IgM
Zika: RNA PCR na URINA e SANGUE + Anticorpos IgG e IgM
Dengue: Anticorpos IgG e IgM
Chickungunya: Anticorpos IgG e IgM
Zika: Anticorpos IgG e IgM
- Central de Relacionamento: 3003-2223
- Coleta Domiciliar: www.richet.com.br/agendamento-de-exames
Fontes: https://portal.fiocruz.br/ http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z