Estudos vasculares na aterosclerose


18.04.24

Introdução:

Como profissionais dedicados ao cuidado cardíovascular, é essencial estarmos atualizados sobre os mais recentes avanços em exames vasculares. A precisão diagnóstica e a avaliação abrangente das condições cardiovasculares são fundamentais para fornecer o melhor tratamento aos nossos pacientes. Este folder destaca algumas das mais recentes ferramentas e técnicas de exames vasculares que podem enriquecer a sua prática cardiológica.

A ecografia vascular com Doppler colorido é uma técnica de imagem não invasiva e altamente versátil que desempenha um papel fundamental na avaliação de condições vasculares. Utilizando ondas sonoras de alta frequência, a ecografia vascular colorida fornece imagens em tempo real dos vasos sanguíneos, permitindo uma avaliação detalhada da anatomia e do fluxo sanguíneo.

A aterosclerose é uma doença sistêmica e localizada, causando estenoses e oclusões de maneira segmentar. Estas lesões alteram, a parede arterial e as características de fluxo nos locais afetados e distalmente, sendo passível de avaliação e quantificação pela ecografia vascular.

Exames:

Para avaliação de aterosclerose e risco cardiovascular, a ecografia vascular oferece uma série de exames que podem fornecer informações cruciais. Aqui estão alguns dos principais exames realizados nesse contexto:

Eco Doppler Colorido de Carótida e Vertebral

A ecografia das artérias carótidas é uma ferramenta valiosa para avaliar o risco de aterosclerose e eventos cardiovasculares. Ela permite a visualização direta das placas de ateroma nas paredes das artérias carótidas, bem como a medição da espessura da íntima-média (IMT), um marcador de aterosclerose subclínica.

A Sociedade Americana de Cirurgia Vascular (SVS) recomenda o exame de imagem das carótidas pelo ultrassom vascular para rastreamento da doença cerebrovascular na população de risco (grau 1, nível de evidência B) e em todos os pacientes com suspeita de isquemia no território carotídeo (grau 1 , nível de evidencia A).

O objetivo do exame é localizar as lesões ateroescleróticas, definir sua importância hemodinâmica, quantificar o grau de estenose, bem como analisar sua composição definindo seu potencial emboligênico.

Identificação de Placas de Ateroma:

A placa da artéria carótida é uma medida de aterosclerose e está associada ao risco futuro de doença cardiovascular aterosclerótica, que engloba doenças coronarianas, cerebrovasculares e arteriais periféricas.

A ecografia das artérias carótidas pode detectar a presença de placas de ateroma. A presença de placas de ateroma aumenta o risco de estenose artérias e de eventos cardiovasculares graves. Além disso, características específicas das placas, como tamanho, composição e presença de ulceração, podem fornecer informações adicionais sobre o risco cardiovascular.

A composição da placa de ateroma tem tido seu valor preditivo aumentado com técnicas avançadas de imagem, à ultrassonografia de rotina pode detectar características de vulnerabilidade da placa carotídea, como hemorragia intraplaca (HPI), núcleo necrótico rico em lipídios (NCRI)

Medição da Espessura da Íntima-Média (IMT):

O aumento da IMT está associado à presença de aterosclerose subclínica e é um preditor de desfechos cardiovasculares futuros, com infarto agudo do miocárdio e acidente vascular encefálico. A ecografia das artérias carótidas pode medir a IMT e ajudar a estratificar o risco cardiovascular em pacientes assintomáticos, a avaliar doença arterial subclínica, sendo considerado um fator independente de doença cárdio vascular.

Monitoramento e Intervenção Preventiva:

A ecografia das artérias carótidas é útil para monitorar a progressão da aterosclerose ao longo do tempo e avaliar a resposta ao tratamento. Pacientes com placas de ateroma significativas podem se beneficiar de intervenções preventivas, como modificação do estilo de vida, controle da pressão arterial e terapia medicamentosa para reduzir o risco cardiovascular.

Eco Doppler Colorido das Artérias Aorta e Ilíacas

A ecografia da aorta é uma ferramenta valiosa na avaliação do risco cardiovascular e da aterosclerose. Aqui estão algumas maneiras pelas quais ela pode ser útil:

Identificação de Aneurismas da Aorta Abdominal (AAA):

A aorta abdominal é uma área comum para o desenvolvimento de aneurismas, que são dilatações anormais acima de 1,5 x o diâmetro normal do vaso. O crescimento e ruptura desses aneurismas podem levar a complicações graves, com risco significativo de ruptura, o que pode levar a complicações graves, como choque hemorrágico e morte súbita. A ecografia da aorta é frequentemente usada para diagnosticar e monitorar aneurismas da aorta abdominal, permitindo a detecção precoce e o manejo adequado dessas condições.

Avaliação da Espessura da Parede da Aorta:

A espessura da parede da aorta, medida durante a ecografia, pode ser um indicador de aterosclerose. O acúmulo de placas de ateroma na parede da aorta está associado a um aumento do risco cardiovascular, incluindo eventos como ataques cardíacos e derrames. Portanto, a ecografia da aorta pode ajudar na identificação de pacientes com aterosclerose avançada e na estratificação do risco cardiovascular.

Monitoramento da Avaliação e Progressão da Aterosclerose:

A ecografia da aorta pode detectar a presença e a gravidade de placas de ateroma na parede arterial. Ao longo do tempo, a ecografia da aorta pode ser usada para monitorar a progressão da aterosclerose na parede arterial. Isso é importante para acompanhar a resposta ao tratamento e fazer ajustes na terapia conforme necessário para reduzir o risco cardiovascular.

Eco Doppler Colorido das Artérias Renais

A estenose da artéria renal é uma condição em que há uma diminuição de fluxo ao rim, geralmente devido à aterosclerose, fibrodisplasias ou vasculites. Essa estenose pode levar à hipertensão renovascular, um fator de risco cardiovascular significativo

A estenose hemodinamicamente significativa na artéria renal com redução superior a 60% do lúmen arterial, produz redução de pressão e fluxo capaz de desenvolver hipertensão renovascular.

A ecografia das artérias renais pode detectar a presença de estenoses e ajudar na avaliação da gravidade e da localização dessas obstruções.

Impacto na Pressão Arterial e Função Renal:

A estenose da artéria renal pode levar a um aumento da pressão arterial devido à ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona. Isso pode contribuir para o desenvolvimento e a progressão da hipertensão arterial, um fator de risco cardiovascular bem estabelecido. Além disso, a estenose da artéria renal pode comprometer a função renal ao reduzir o fluxo sanguíneo para os rins, o que pode resultar em disfunção renal e piora do controle da pressão arterial.

Identificação de Pacientes de Alto Risco:

A presença de estenose da artéria renal em pacientes com hipertensão arterial é um marcador de risco cardiovascular aumentado. A ecografia das artérias renais pode ajudar a identificar pacientes de alto risco que podem se beneficiar de intervenções precoces para prevenir complicações cardiovasculares, como acidentes vasculares cerebrais, ataques cardíacos e insuficiência cardíaca.

Monitoramento da Resposta ao Tratamento:

Em pacientes diagnosticados com estenose da artéria renal, a ecografia das artérias renais pode ser usada para monitorar a resposta ao tratamento, como angioplastia com ou sem colocação de stent. O acompanhamento regular por meio da ecografia vascular permite avaliar a eficácia do tratamento e fazer ajustes conforme necessário para controlar a pressão arterial e reduzir o risco cardiovascular.

Em resumo, a ecografia das artérias renais desempenha um papel crucial na identificação e no manejo da estenose da artéria renal, uma condição associada a um risco aumentado de complicações cardiovasculares. Ao fornecer informações precisas sobre a saúde e função das artérias renais, esse exame ajuda os profissionais de saúde a tomar decisões informadas para otimizar o controle da pressão arterial e reduzir o risco cardiovascular em seus pacientes.

Eco Doppler Colorido das Arterial dos Membros Inferiores

O Doppler dos membros inferiores é utilizado para avaliar o fluxo sanguíneo e anatomia vascular ao longo do todo o eixo femoro tibial. Ele pode detectar obstruções arteriais significativas, como as associadas à doença arterial obstrutiva periférica (DAOP), que é um marcador de risco cardiovascular e diagnósticar aneurisma de artérias principalmente o aneurisma de artéria poplítea, grande fonte emboligênica assintomática para artérias distais dos MMIS.

Estima-se que cerca de metade dos pacientes com DAOP apresentem doença obstrutiva significativa no território aorto ilíaco, sendo a avaliação deste território crucial na abordagem dos pacientes com isquemia sintomática dos MMIS.

A ecografia vascular dos membros inferiores (MMII) desempenha um papel fundamental na avaliação da aterosclerose e no risco cardiovascular. Aqui estão algumas maneiras pelas quais ela é importante:

Detecção Precoce da Aterosclerose:

A ecografia vascular dos MMII permite a visualização direta das artérias das pernas, tornando possível identificar precocemente sinais de aterosclerose. Ao detectar placas de ateroma, com sub-oclusão ou oclusão nas artérias dos MMIS, os profissionais de saúde podem intervir precocemente para reduzir o risco de complicações e desfechos cardiovasculares graves, como IAM e AVC.

Avaliação do Fluxo Sanguíneo:

Além de detectar placas ateroscleróticas, a ecografia vascular dos MMII também permite avaliar e quantificar o fluxo sanguíneo ao longo dos MMIS. Isso é importante para determinar se há obstruções significativas que possam comprometer o suprimento sanguíneo para os tecidos, como a doença arterial obstrutiva periférica (DAOP) levando a sintomas como claudicação intermitente ou  isquemia crítica dos membros.

Estratificação de Risco Cardiovascular:

A presença e a gravidade da aterosclerose nos MMII estão intimamente associadas ao risco cardiovascular global de um indivíduo. Pacientes com doença obstrutiva arterial periférica (DAOP) têm um risco aumentado de eventos cardiovasculares adversos, incluindo ataques cardíacos, derrames e morte cardiovascular. Portanto, a ecografia vascular dos MMII desempenha um papel importante na estratificação do risco cardiovascular em pacientes sintomáticos e assintomáticos.

Monitoramento e Tratamento:

Após o diagnóstico de aterosclerose nos MMII, a ecografia vascular pode ser usada para monitorar a progressão da doença ao longo do tempo e avaliar a resposta ao tratamento. Isso é crucial para garantir que as intervenções terapêuticas, como mudanças no estilo de vida, terapia medicamentosa ou procedimentos cirúrgicos, sejam eficazes na redução do risco cardiovascular e na melhoria dos resultados clínicos.

 

Além dos exames amplamente descritos acima, o Richet imagem também realiza ecografia de artérias viscerais, arterial de membros superiores, mapeamento e acompanhamento de FAV e artéria temporal. Oferecemos uma ampla gama de exames de ecografia, utilizando tecnologia de ponta para proporcionar avaliações precisas e abrangentes da saúde vascular dos pacientes.

Conclusão:

Esses exames são fundamentais para a avaliação não invasiva da aterosclerose e do risco cardiovascular em pacientes sintomáticos e assintomáticos. Eles fornecem informações importantes para o diagnóstico precoce, o planejamento do tratamento e a prevenção de eventos cardiovasculares graves.Parte superior do formulário

A equipe médica do Centro de Imagem do Richet está qualificada pelos critérios de educação, treinamento, certificação e experiência, garantindo que esteja apto a fornecer cuidados médicos de alta qualidade aos seus pacientes.

 

Dra. Alessandra Fois
Angiologia / Setor de Ecografia e Vascular – Richet
CRM 52.59104-0