1. Prevalência Global:
• A esteatose hepática afeta cerca de 25% da população mundial. Estima-se que mais de 1 bilhão de pessoas tenham algum grau de doença hepática gordurosa não alcoólica (NAFLD, do inglês Non-Alcoholic Fatty Liver Disease), que inclui tanto a esteatose hepática simples quanto a MASH (Esteato-hepatite Metabólica).
• A prevalência de NAFLD é particularmente elevada em regiões com alta incidência de obesidade e diabetes tipo 2, como a América do Norte (24%-26%) e Europa (20%-30%).
2. Prevalência na América Latina e no Brasil:
• Na América Latina, a prevalência da esteatose hepática varia entre 25% e 49,6%, sendo uma das mais altas do mundo
• No Brasil, aproximadamente 30% a 35% da população adulta sofre de esteatose hepática, com prevalência ainda maior entre pessoas com obesidade, diabetes tipo 2 e síndrome metabólica.
• Em crianças e adolescentes, a prevalência de NAFLD no Brasil varia de 3% a 10% na população geral, aumentando para até 53% entre crianças obesas.
3. Evolução clínica e prognóstico:
• A esteatose hepática simples é geralmente benigna e assintomática, mas cerca de 20% a 30% dos pacientes com NAFLD podem evoluir para MASH, caracterizada pela presença de inflamação e danos celulares.
• Entre os pacientes com MASH, aproximadamente 15% a 20% podem progredir para fibrose significativa (F2 a F4) ao longo de 10 anos, aumentando o risco de desenvolvimento de cirrose, insuficiência hepática e carcinoma hepatocelular (HCC).
• A cirrose é um risco significativo em pacientes com MASH, com 1 em cada 5 pacientes com fibrose avançada progredindo para cirrose em menos de 2,5 anos.
A esteatose hepática pode progredir através dos seguintes estágios:
Os testes ELF (Enhanced Liver Fibrosis) e ERM (Elastometria Hepática por Ressonância Magnética) desempenham papéis fundamentais no diagnóstico e manejo da esteatose hepática e suas complicações.
O Teste ELF é um exame de sangue não invasivo utilizado para diagnosticar a gravidade da fibrose hepática e prever o risco de progressão em doenças hepáticas crônicas. Ele mede três biomarcadores diretamente relacionados ao processo de fibrose:
• ácido hialurônico (HA),
• propeptídeo amino-terminal do procolágeno tipo III (PIIINP),
• inibidor tecidual da metaloproteinase-1 (TIMP-1).
Avalia a gravidade da fibrose hepática com base em níveis específicos:
Vantagens no Estadiamento Inicial: Ideal para triagem em pacientes assintomáticos ou com fatores de risco, permitindo a identificação precoce da fibrose hepática significativa sem a necessidade de biópsia.
Monitoramento Contínuo: Pode ser repetido para monitorar a resposta ao tratamento antifibrótico, facilitando decisões terapêuticas mais rápidas e eficazes.
A Elastometria Hepática por Ressonância Magnética (ERM) é uma técnica avançada e não invasiva que utiliza ressonância magnética para avaliar propriedades mecânicas e obter, indiretamente, a quantificação da rigidez de órgãos e tecidos. Na avaliação da rigidez hepática, os resultados obtidos apresentam correlação significativa com o grau de fibrose verificado histologicamente.
A combinação dos testes ELF e ERM proporciona uma abordagem abrangente para o diagnóstico, estadiamento e manejo da esteatose hepática e suas complicações, podendo, em alguns casos, substituir ou corroborar o diagnóstico através de métodos invasivos, como a biópsia hepática.
Os testes ELF e ERM se encontram disponíveis no Richet Medicina & Diagnóstico.
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