Teste rápido molecular para identificação e diferenciação de Toxina B e Toxina Binária.
O teste utiliza a técnica de PCR em Tempo Real para detectar C. difficile produtor de toxina, associada a infecções.
O Clostridium difficile é um microrganismo anaeróbio, produtor de toxina, responsável por colite associada ao uso de antimicrobianos e atualmente a causa mais comum das diarréias nosocomiais. Apesar dos avanços nas políticas e práticas de controle das infecções hospitalares e no tratamento das infecções causadas por este microrganismo, houve um aumento na incidência e na severidade dos episódios infecciosos, associado a um aumento na morbidade e mortalidade.
Existem várias teorias que explicam o aumento da incidência das infecções por C. difficile, dentre elas as mudanças nas populações de pacientes hospitalizados (aumento de idosos e doentes graves), mudanças nos regimes de prescrição de antibióticos (em particular o aumento do uso das fluoroquinolonas), o surgimento de uma cepa hipervirulenta de C. difficile, novos riscos potenciais tais como novos tratamentos clínicos (uso de inibidores de bombas de prótons) e mudanças nas práticas de controle de infecção.
As principais vias de transmissão são o contato interpessoal pela via oral fecal, embora a contaminação ambiental e a transmissão por fômitos também ocorra. A produção de anticorpos antitoxina pelo hospedeiro é considerada fator de proteção contra as infeccções por C. difficile, mas a resposta imune tende a diminuir com a idade – o que justifica o aumento da incidência, a severidade e a recorrência destas infecções em meio a população idosa.
Um dos grandes problemas no manejo das infecções por C. difficile é a recorrência dos episódios infecciosos, o que ocorre em aproximadamente 25% dos pacientes tratados com sucesso. Clinicamente, a recorrência é caracterizada por diarréia ou dor abdominal, com resultados laboratoriais positivos nas fezes em até 56 dias após o primeiro episódio.
O diagnóstico das infecções por C. difficile é realizado com base em aspectos clínicos e em resultados de exames laboratoriais, além de, em raros casos, endoscopia ou exames radiológicos. Há vários exames laboratoriais que podem ser feitos em amostras fecais, dentre eles coprocultura, pesquisas de citotoxina, testes moleculares por metodologia PCR e técnicas sorológicas por imunoensaio. A coprocultura é considerada o método padrão por sua alta sensibilidade (94% - 100%) e especificidade (84% - 100%), entretanto o seu alto custo e a demora na liberação dos resultados diminuem sua aplicabilidade clínica. A técnica de PCR em tempo real é um método considerado como padrão alternativo por sua excelente sensibilidade e especificidade. Os testes e imunoensaio – baseados na detecção do antígeno da toxina A e/ou da toxina B – têm alta especificidade mas apresentam sensibilidade moderada.
O Laboratório Richet disponibiliza a metodologia GeneXpert â Cepheid para identificação e diferenciação da toxina B e toxina binária a partir de amostras de fezes obtidas de doentes com suspeita de infecção pelo C. difficile. O teste utiliza a técnica PCR automatizada em tempo real (Polymerase Chain Reaction – reação em cadeia pela polimerase) para detectar C. difficile produtor de toxina. O teste é realizado em amostras de fezes frescas, colhidas em frascos estéreis, e devem ser encaminhadas ao Laboratório Richet em até 2 horas após a coleta. Em caso de demora, amostras que sejam exclusivas para este exame poderão ser refrigeradas por um período de 24 horas ou congeladas por até 2 dias. Os resultados são liberados em até 2 horas após a chegada da amostra na matriz técnica do laboratório.
Fatores de Risco para as infecções por C. difficile:
Idade >65 anos
Internação prévia ou prolongada
Home care
Contato com portadores
Uso de antibióticos (ou uso prolongado ou uso de múltiplos antibióticos)
Consumo de carne processada
Cirurgia gastrintestinal prévia ou procedimento endoscópico
Comorbidades
Quimioterapia
Fibrose cística
Diabetes mellitus
Cirrose hepática
Doença renal crônica
Doença inflamatória intestinal
Imunossupressão, imunodeficiência ou HIV
Má nutrição
Hipoalbuminemia
Uso de inibidores de bomba de próton
Transplantes
Gastrostomia ou Jejunostomia
Fatores para Recorrência das Infeccções por C. difficile:
Idade >65 anos
Infecções anteriores por C. diffiicile
Histórico de infecção severa por C. difficile
Aumento na contagem leucocitária
Hipoalbuminemia
Febre
Comorbidades
Doença inflamatória intestinal
Exposição a antimicrobianos atual ou prévia
Uso de medicação ácido supressora
Referências:
Burnham CA, Carroll, KC. Diagnosis of Clostridium difficile Infection: an ongoing conundrum for clinicians and for clinical laboratories. Clin Microbiol Rev 2013. 26(3): 604-630
Cohen S, Gerding D, Johnson S et al: Clinical practice guidelines for Clostridium difficile infection in adults: 2010 update by the society for healthcare epidemiology of America (SHEA) and the infectious diseases society of America (IDSA). Infect Control Hosp Epidemiol 2010; 31: 431-455
Kufelnicka AM, Kim TJ: Effective utilization of evolving methods for the laboratory diagnosis of Clostridium difficile infection. Clin Infect Dis 2011; 52: 1451-1457