Diagnóstico das doenças da tireoide


22.07.19

Muitas vezes os pacientes chegam ao consultório e apresentam disfunção da tireoide ou mesmo, num exame de “screening” aparecem alterações. Sempre fica a dúvida de: como confirmar que há um problema? E quais são exames que os médicos devem pedir depois de um achado como este?

Segundo a Dra Ana Melichar, coordenadora de Ultrassonografia e Ecovascular do Richet Medicina e Diagnóstico, normalmente o paciente chega com uma avaliação feita durante um checkup, sem uma alteração clínica laboratorial específica para patologia da tireoide, e algumas vezes são encontrados nódulos da tireoide ou calcificações, isto é, alguma alteração na glândula.

A glândula tireoide é muito pequena, localizada na face anterior do pescoço, e é responsável pelo funcionamento de muitos órgãos do corpo humano. As patologias de tireoide difusa são mais facilmente diagnosticadas através de exames laboratoriais, complementares aos exames de imagem.

A ultrassonografia de alta resolução é realizada rapidamente, sem radiação, sem dor e sem incomodar o paciente. A Tomografia Computadorizada e Ressonância Magnética ficam para as fases 2 e 3 do diagnóstico.

Normalmente, se fosse realizado um estudo de anatomopatologia de todos os pacientes, 50% deles irão ter nódulos de tireoide. Já quando o ultrassom de “screening” é feito, 40% dos pacientes apresentam nódulos tireoidianos. Entretanto, a grande minoria é passível de outras investigações. Isso porque, o câncer de tireoide é indolente e raro, e de modo geral afeta pacientes mais idosos. Além disso, a doença tireoidiana é mais comum em mulheres, e os nódulos tireoidianos sugestivos de tumorações malignas surgem em pacientes ainda mais velhos.

O que chama atenção é quando uma pessoa jovem, na faixa de 30 anos, descobre um nódulo na tireoide e busca exames mais específicos. Existem nos exames de ultrassonografia vários critérios de classificação, que graduam a possibilidade de benignidade ou malignidade dos nódulos.

Há cerca de cinco anos, agregado ao exame de ultrassom, começou-se a estudar a elastografia da tireoide, que é um novo aparato, também indolor, realizado através do ultrassom, que sugere a rigidez dos planos, dos nódulos e da glândula. Sendo assim, a elastografia veio acrescentar mais um dado para a análise do nódulo tireoidiano.

Na grande maioria das vezes os nódulos são benignos. Nesses casos, os médicos depois de determinarem o diagnóstico, classificam o nódulo como benigno, com potencial de benignidade ou inespecífico, dependendo da faixa etária do paciente a proposta é fazer um controle semestral ou anual. Se o nódulo for, ou tiver características, de malignidade em sua classificação, o próximo passo é a punção por agulha fina. Este procedimento é realizado com anestesia local (às vezes não é necessário). A punção é feita sob orientação da ultrassonografia no leito do ultrassom, os fragmentos retirados são encaminhados para a patologia, onde o resultado apontará benignidade ou malignidade.

Existem outros métodos que podem ser utilizados no estudo da glândula da tireoide. Quando o diagnóstico da doença nodular é feito, após a tiroidectomia, ou mesmo quando o diagnóstico é de doença maligna. O estadiamento dos linfonodos (gânglios ao redor da glândula) e do comprometimento de outros órgãos, pode ser feito através de tomografia e ressonância magnética.

As doenças difusas que acometem a maior parte dos pacientes, são menos preocupantes e de fácil tratamento e controle.

A análise funcional da glândula tireoide pode ser feita através da cintilografia, que também tem características específicas do relatório do exame, que ajudam a classificar os nódulos como frios/quentes, capazes de captar ou não o contraste utilizado. Atualmente, a cintilografia agregada à tomografia Pet Scan acrescenta ainda mais dados positivos nos pacientes que apresentam o tumor maligno da tireoide, que são raros.

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Muito tem se falado no aumento do número de casos de problemas na glândula tireoide. E isso não acontece só com a tireoide, mas também com várias outras patologias. Por conta disso, existe uma preocupação maior em como lidar com essas doenças.

Os exames devem ser feitos de forma rotineira, mesmo em pessoas mais jovens, o mais importante é que o médico saiba o que fazer com o diagnóstico.

O problema atual não é apenas a quantidade de exames recebidos, mas sim como interpretar e lidar com os resultados obtidos.

 

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Dra. Ana Christina Melichar
Coordenadora de Ultrassonografia e Ecovascular
CRM 52.39673-4
Médica formada pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) Título de especialista em Radiodiagnóstico pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem. Mestrado em Radiologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Fellowship em Radiologia pela Universidade de Londres e Research Fellow no Departamento de Radiologia do MGH - Harvard Medical School
Dr. Luis Fernando Correia
M.D. Comentarista de Saúde
CRM 52.50238-4
Médico, Clínico Geral e Intensivista. Comentarista de Saúde Rádio CBN, Rede Globo de TV, GloboNews.