A cantora Simaria (da dupla sertaneja Simone & Simaria) foi diagnosticada recentemente com tuberculose ganglionar. A doença é um dos tipos mais comuns de manifestação da tuberculose, e atinge os gânglios linfáticos, também conhecidos como linfonodos, que são pequenos órgãos de defesa localizados em várias partes do corpo. Este é o tipo mais comum de tuberculose extrapulmonar, ou seja, que não atinge os pulmões. O bacilo de Koch entra no organismo por meio das vias respiratórias e aloja-se nos gânglios. À medida que a enfermidade avança, a pele que recobre os linfonodos pode ficar avermelhada e lustrosa, e também pode ocorrer fistulização do gânglio, com saída de secreção e inflamação da pele adjacente.
Segundo o diretor médico do Richet Medicina & Diagnóstico, Helio Magarinos Torres Filho, a contaminação pode ocorrer, mas a doença não se manifesta de imediato, e a bactéria pode permanecer no organismo inativa por muito tempo: "o organismo acaba se protegendo, e o bacilo não entra em multiplicação. Mas se a imunidade do paciente fica debilitada, mesmo anos depois, a doença se prolifera. E isso pode acontecer por causa de uma alteração no sono ou de uma alimentação desequilibrada" — ressalta ele.
É por isso que situações de estresse, má alimentação, esforço à exaustão e outros excessos podem ser causas da tuberculose ganglionar, pois são fatores que levam à diminuição da imunidade, favorecendo a proliferação e a manifestação da doença. No caso da cantora Simaria, a quantidade excessiva de shows, viagens por períodos longos, alimentação desregrada e alto nível de estresse, podem ter despertado a enfermidade.
De acordo com infectologistas, a tuberculose ganglionar não é contagiosa e tem baixa chance de morte. Como é um tipo que não afeta os pulmões, ela não é transmitida de pessoa para pessoa através das secreções respiratórias. Ou seja, não há a necessidade de isolamento, pois a moléstia não apresenta risco de contágio.
Mas é importante lembrar que a tuberculose pulmonar, a forma mais recorrente da doença, é contagiosa, e pode ser transmitida através de espirros e tosse. A transmissão da bactéria para outras pessoas ocorre pelas vias respiratórias, através da inalação de gotículas de secreção suspensas no ar.
Os sintomas mais comuns são febre baixa, diminuição do apetite, emagrecimento e cansaço excessivo, o que pode fazer com que a pessoa não busque ajuda médica imediatamente. Porém, há também o aumento progressivo dos gânglios linfáticos, além de outros sintomas como ínguas inchadas no pescoço, nuca, axilas ou virilha, geralmente de 3 a 10 cm de diâmetro. As ínguas não são doloridas, mas são sempre duras e difíceis de se mover.
O diretor médico do Richet, Helio Magarinos, alerta: "é importante que o diagnóstico seja rápido porque isso aumenta as chances de cura do paciente".
O diagnóstico etiológico é feito através da baciloscopia, e os exames de imagem podem detectar as adenopatias.
No diagnóstico são utilizados os seguintes exames: baciloscopia, um teste rápido molecular para tuberculose, e cultura para micobactéria. O diagnóstico da tuberculose ganglionar é feito através da análise de material ganglionar, coletado por meio de agulha ou biópsia. Além disso, podem ser solicitados outros exames para auxiliar o diagnóstico, como hemograma e dosagem da PCR.
Os exames de imagem podem detectar e avaliar a extensão dos gânglios acometidos, empregando-se a ultrassonografia, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética, quando necessário e a critério do médico assistente, a fim de detectar os linfonodos acometidos, mas que usualmente são de aspecto inespecífico.
O tempo médio do início dos sintomas até o diagnóstico de tuberculose extrapulmonar varia de 1 a 2 meses, mas podem chega a 9 meses.
O tratamento é o mesmo da tuberculose comum, e é feito de acordo com a orientação médica (pneumologista, infectologista ou clínico geral). Normalmente é indicado o uso de antibióticos por, no mínimo, seis meses, podendo ser prorrogado por até um ano, dependendo do caso. Em alguns casos, pode haver recomendação de cirurgia para retirada do gânglio inflamado.
De acordo com o diretor médico do Richet, Helio Magarinos, o tratamento não deve ser interrompido, pois pode causar resistência bacteriana (a bactéria passa a resistir à medicação e não é eliminada), o que pode complicar a condição da pessoa, já que os antibióticos passam a não ter mais ação: "muitas pessoas param de tomar os antibióticos dias depois, porque os sintomas ficam amenizados. Isso pode fazer com que as bactérias mais resistentes continuem vivas e atuando ali, sem acabar com a doença" — conclui.
A principal maneira de prevenir a tuberculose ganglionar é com a vacina BCG (Bacillus Calmette-Guérin), que faz parte do calendário público de vacinação, e é ofertada gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS).
Exames disponibilizados no Richet:
M. TUBERCULOSIS COM PESQUISA MULTIRRESISTENCIA, DNA PCR
MYCOBACTERIUM TUBERCULOSIS DNA PCR, FLUIDO NAO RESPIRATORIO
MYCOBACTERIUM TUBERCULOSIS, ANTIBIOGRAMA
YERSINIA PSEUDOTUBERCULOSE ANTICORPOS, PESQUISA
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