Mudança nos valores de referência para Vitamina D


20.10.17

A Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML) publicou recentemente uma nota anunciando a mudança nos valores de referência para vitamina D.

Anteriormente, o valor considerado normal era acima de 30 ng/mL - proposto pela Endocrine Society e a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, e atualmente, estão sendo aceitos valores a partir de 20 ng/mL. O comunicado informa também, que estudos mostram que pacientes entre as dosagens de 20 a 30 ng/mL não necessitam de reposição da vitamina.

O tema foi abordado no 51º Congresso Brasileiro de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (51º CBPC/ML) deste ano e, segundo o Departamento de Metabolismo Ósseo e Mineral da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), há algum tempo os valores de normalidade da vitamina D vêm sendo debatidos pelas Sociedades.

Entretanto, a SBPC/ML ressalta que cada laboratório é responsável sobre os valores de referência que aplica, pois existem diferentes bases para aplicação desses valores para cada tipo de exame.

A instituição indica que as formas mais comuns para definição destes dos valores de referência são: bulas reagentes (validadas), estudos científicos de literatura (nacional e internacional) e criação dos valores pelo próprio laboratório (com critérios definidos pelo laboratório).

O posicionamento do SBEM após a alteração é de que:

A vitamina D

O termo vitamina D engloba o ergocalciferol (vitamina D2), o colecalciferol (vitamina D3) e o calcidiol, que atuam tanto como vitamina quanto como um hormônio.

Além de um hormônio esteroide lipossolúvel essencial para o corpo humano, o grupo de compostos controla 270 genes, inclusive células do sistema cardiovascular. Ela ajuda o corpo a absorver cálcio, ajudando a ativar a mineralização do osso, tornando–o forte e saudável. A vitamina D ajuda a regular a adrenalina, noradrenalina (também chamado de norepinepherine) e produção de dopamina no cérebro, além de ajudar a proteger de depleção (perda ou diminuição de qualquer substância) de serotonina. Por esta razão, níveis baixos de vitamina D aumentam o risco de depressão significativamente.

Sua ausência pode provocar uma série de complicações, pois controla a concentração de cálcio no sangue e afeta o sistema imunológico.

A vitamina D tem como fonte principal a ação do raio ultravioleta do tipo B (UVB) na pele. Responsável por ativar a síntese desta substância, o sol promove de 80 a 90% da vitamina que o corpo recebe.  

Alimentos como óleos de salmão, atum e sardinha, gema de ovo, fígado, leite, iogurte e queijos são fontes da vitamina, que também pode ser produzida em laboratório e ser administrada na forma de suplemento, em cápsulas ou comprimidos, quando há a deficiência e para a prevenção e tratamento de algumas doenças.

A deficiência (valores abaixo de 10 ng/mL) ou insuficiência (de 10 ng/mL até 20 a 30 ng/mL – novo valor de referência) da vitamina D em alguns pacientes pode ser assintomática, mas pessoas com níveis muito baixos podem apresentar sintomas de fadiga, fraqueza muscular e até dor crônica.

Além de problemas ósseos, existem evidências de que a falta de vitamina D pode contribuir também para o desenvolvimento de doenças como diabetes, mau funcionamento do sistema imunológico, doenças cardiovasculares, infecções, esclerose múltipla, doenças mentais — incluindo transtornos do humor e depressão e alguns tipos de câncer. Nestes casos, pacientes normalmente apresentam dor óssea, fraqueza muscular e podem ter fraturas.

Valores acima de 100 ng/mL são considerados elevados, com risco de hipercalcemia (quando a quantidade de cálcio no sangue é maior do que o normal) e intoxicação. Esta condição pode provocar confusão, depressão, dores de cabeça, constipação, náusea e sensação de sede.

É essencial realizar exames frequentes para acompanhar o nível de vitamina D, principalmente idosos.

O Richet realiza exame para dosagem da vitamina D em todas as suas unidades. Para informações, ligue: (21) 3184-3000.