Hepatite: entenda mais sobre a doença


24.10.16
Atualizado em: 21/07/2021

 

O que é hepatite?

 

É a inflamação do fígado, que pode ser causada por vírus, abuso do consumo de álcool ou outras substâncias tóxicas (como alguns remédios), além de doenças autoimunes, metabólicas e genéticas. As mais comuns são as hepatites A, B e C, mas existem também as hepatites D, E e G. No mundo, 500 milhões de pessoas são portadoras dos vírus das hepatites B e C. Aqui no Brasil, a estimativa é de que 2 milhões de brasileiros estejam infectados pelas hepatites B e C, mas apenas 200 mil deles (10%) sabem que carregam o vírus. Atualmente, a hepatite é considerada a maior endemia da humanidade, responsável pela morte de 1,5 milhão de pessoas por ano, e é uma doença grave que pode causar danos irreversíveis.

 

Tipos de hepatites:

 

Hepatite A

A hepatite A pode ser transmitida pela água e alimentos contaminados ou através de uma pessoa para a outra por via oral-fecal. É mais comum onde o saneamento básico não existe ou é precário. A hepatite A dura de 10 a 50 dias e normalmente não apresenta sintomas. Porém, quando aparecem, os mais comuns são febre, pele e olhos amarelados, náuseas e vômitos, mal-estar, desconforto abdominal, falta de apetite, urina com cor de Coca-Cola e fezes esbranquiçadas. Uma vez infectada, a pessoa desenvolve imunidade contra o vírus da hepatite A por toda a vida. Existe vacina segura para a hepatite A, mas a melhor maneira de evitá-la é atravéd da higiene pessoal, melhorias das condições sanitárias, tratamento adequado da água e consumo de alimentos bem cozidos.

Como nem sempre podemos ter total controle sobre os alimentos e as condições sanitárias, a vacinação na infância é altamente recomendada. Apesar de muito raro, existe uma forma mais grave de hepatite A, conhecida como fulminante, o que reforça a necessidade da vacinação.

 


 

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Hepatite B

A hepatite B é transmitida pelo sangue, normalmente através de agulhas, materiais cortantes contaminados e pela relação sexual. Por isso, é tão importante o descarte de materiais de tatuagem, depilação, dentre outros e da esterilização de materiais de uso comum como como alicates de unhas. É importante ressaltar que não há riscos de transmissão da hepatite B através de procedimentos seguros e controlados, como a punção para a coleta de sangue no laboratório ou através das transfusões sanguíneas em bancos de sangue. 

Os sintomas da hepatite B podem não aparecer, e grande parte dos infectados só descobrem a doença após anos, muitas vezes por acaso, em testes para esses vírus. Existe vacina para a hepatite B, que é dada em três doses intramusculares e não precisa ser repetida. Com as três doses tomadas da forma correta, o indivíduo fica imune para o resto da vida. Se não cuidada, a hepatite B pode evoluir para um quadro crônico e/ou para uma cirrose e até para o câncer de fígado. O tempo médio de incubação do vírus é de 90 dias. Pode também passar de mãe para filho no momento do parto.

Hepatite C

A hepatite C tem as formas de transmissão muito parecidas com a da hepatite B, através de contato sanguíneo, via transfusões, dentistas, manicure, tatuagens, colocação de piercings, uso de drogas, relações sexuais etc. A hepatite C é perigosa porque pode se tornar crônica e provocar cirrose hepática, além de câncer no fígado. Uma das dificuldades observadas nas infecções pelo vírus da hepatite C é o fato da doença poder permanecer assintomática por um período bastante variável de tempo (o que pode chegar a décadas em alguns casos).

Para prevenir, evite uso de materiais cortantes ou agulhas que não estejam devidamente esterilizados. Utilize objetos descartáveis bem como material próprio em manicures. Não há vacina para hepatite C e ela é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um dos maiores problemas em saúde pública. É a maior causa de transplante hepático no mundo e transmite-se pelo sangue mais facilmente do que a AIDS.

Recentemente, foram desenvolvidas novas drogas que se mostram bastante eficazes na cura de alguns tipos de hepatite C (há vários tipos dependento do genótipo do vírus), evidenciando a necessidade do diagnóstico precoce. 

Hepatite D

É um vírus que só causa doença na presença do vírus da hepatite B. Sua forma de transmissão é a mesma do vírus B. Em pacientes cronicamente infectados pelo vírus da hepatite B, a infecção concomitante com o o vírus da hepatite D acelera a progressão da doença crônica. Isoladamente parece não causar infecção. A vacinação contra a hepatite B também protege de infecção com a hepatite D.

Hepatite E

Segundo o Ministério da Saúde, a Hepatite do tipo E é rara no Brasil, e se trata de uma doença infecciosa viral causada pelo vírus HEV. Sua transmissão é fecal-oral, por contato entre indivíduos ou por meio de água ou alimentos contaminados pelo vírus. Logo, a melhor forma de evitar a doença é melhorando as condições de saneamento básico e de higiene.

Hepatite G

A Hepatite tipo G é outro tipo muito raro, e ocorre em apenas 0,3% dos casos de hepatite. É uma infecção do fígado causada pelo vírus da hepatite G (VHG). Este tipo é menos grave que as outras formas de hepatite e não está relacionada a casos crônicos ou a necessidade de transplante de fígado.

 


 

 

 

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