O aumento recente nos casos de microcefalia originou diversas dúvidas para mães e gestantes sobre a origem dessa malformação, que compromete o desenvolvimento do cérebro do bebê.
ENTENDA MELHOR
Considerada um evento raro na Pediatria, a microcefalia se caracteriza por um crânio menor em relação ao tamanho médio de um bebê da mesma idade e tamanho, que é causada por uma falha no desenvolvimento do cérebro.
Crianças que nascem com microcefalia podem ter o desenvolvimento cognitivo debilitado, assim como apresentar deficiência mental, motora, problemas de visão e audição. O retardo mental está associado a 90% das microcefalias, exceto nas de origem familiar, que podem ter o desenvolvimento cognitivo normal. O tipo e o nível de gravidade da(s) sequela(s) variam caso a caso.
Não há um tratamento definitivo capaz de fazer com que o crânio cresça a um tamanho normal, mas existem opções de tratamento que diminuem o impacto associado com as deformidades. Os tratamentos feitos ainda nos primeiros anos, e ininterruptamente, melhoram o desenvolvimento e a qualidade de vida.
De acordo com o Instituto Nacional de Distúrbios Neurológicos e AVC dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (Ninds-NIH), algumas crianças acometidas pela anomalia podem ter algum nível de incapacitação e outras podem se desenvolver de forma similar a outras crianças e ter inteligência normal.
CAUSAS
A microcefalia pode estar associada a uma série de fatores de diferentes origens:
- Síndromes genéticas
- Abuso de álcool e drogas durante a gravidez
- Infecção da gestante por rubéola, catapora ou citomegalovírus
- Uso de substâncias químicas durante a gravidez, como drogas
- Contaminação por radiação
- Infecção por agentes biológicos, como bactérias e vírus
O Ministério da Saúde reforça que as gestantes não devem usar medicamentos não prescritos pelos profissionais de saúde, que precisam fazer um pré-natal qualificado assim como todos os exames previstos nesta fase, e devem relatar aos profissionais de saúde qualquer alteração que perceberem durante a gestação.
É importante também que os profissionais de saúde estejam atentos à avaliação cuidadosa do perímetro cerebral e à idade gestacional. E em caso de suspeita, devem encaminhar para investigação laboratorial e exames de imagem, como a tomografia computadorizada de crânio.
Ainda não há uma explicação para o aumento repentino dos casos de microcefalia em alguns estados do Nordeste, mas os médicos, a Secretaria de Saúde e os hospitais das regiões estão fazendo uma investigação minuciosa em busca de uma explicação para o aumento do número de casos.