A Tuberculose, conhecida antigamente como “peste cinzenta”, é uma doença infecto-contagiosa que afeta principalmente os pulmões, mas também pode ocorrer em outros órgãos do corpo, como ossos, rins e meninges (membranas que envolvem o cérebro). A doença é causada por bactérias do complexo Mycobacterium tuberculosis, também conhecidas como "Bacilos de Koch", e pode ser causada por qualquer uma das sete espécies que o integram: M. tuberculosis, M. bovis, M. africanum, M. canetti, M. microti, M. pinnipedi e M. caprae. Entretanto, a espécie mais frequente é a M. tuberculosis.A
A tuberculose é transmitida por via aérea, ou seja, a partir da inalação de aerossóis. A contaminação ocorre quando uma pessoa com tuberculose infecciosa ativa expele, ao falar, tossir ou espirrar, pequenas gotas de saliva que contém o agente infeccioso e estes são aspirados por outro indivíduo.
A falta de higiene, tabagismo, má alimentação, alcoolismo ou qualquer outro fator que leve à baixa imunidade favorecem o estabelecimento da doença.
É possível que alguns pacientes não tenham nenhum indício da tuberculose. Alguns apresentam apenas sintomas que aparentemente são simples e que consequentemente podem ser ignorados. Mas, no geral, os infectados com tuberculose apresentam os seguintes sintomas:
Em casos mais graves de tuberculose, os pacientes apresentam:
Para prevenir a tuberculose é necessário a imunização com a vacina BCG que dá entre 50% a 80% de resistência à doença. Em áreas tropicais, a eficácia da BCG é menor. Crianças HIV positivas ou recém-nascidos que apresentam sinais ou sintomas da AIDS não devem receber a vacina. A prevenção da tuberculose também inclui evitar aglomerações, principalmente em ambientes fechados, e não utilizar objetos de pessoas contaminadas.
A pessoa infectada pela tuberculose, consegue controlar a bactéria, não manifesta sintomas e não transmite a doença. O tratamento neste estágio é essencial para a redução do risco da infecção se tornar uma doença ativa. É necessária uma avaliação para descartar tuberculose ativa antes de iniciar um tratamento para tuberculose latente. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que 1/3 da população mundial esteja infectada com tuberculose latente.
Os riscos maiores são com as crianças com idade inferior a 4 anos, pessoas imunodeprimidas e pessoas que possam desenvolver a tuberculose logo após uma infecção. Contatos próximos que tenham tido uma reação negativa ao teste de tuberculina (PPD) devem ser novamente testados 10 a 12 semanas após sua última exposição à tuberculose.
Crianças com menos de 4 anos de idade têm grande risco de progressão de uma infecção para a doença, com desenvolvimento de formas de tuberculose potencialmente fatais. Estes contatos próximos normalmente devem receber tratamento para tuberculose latente mesmo quando os testes de tuberculina ou o raio X do tórax não sugerem tuberculose. Um segundo teste de tuberculina normalmente é feito de 10 a 12 semanas após a última exposição à tuberculose infecciosa, para que se decida se o tratamento será descontinuado ou não.
Para o tratamento da doença ativa, são utilizados três medicamentos: pirazinamida, isoniazida e rifampicina. Durante dois meses, o paciente toma os três medicamentos e, a partir do terceiro mês, toma só isoniazida e rifampicina. O tratamento deve ser continuado mesmo depois dos sintomas terem desaparecido, para garantir a completa eliminação do bacilo e evitar que bactérias mais resistentes sobrevivam no organismo e retornem com uma infecção mais difícil de curar. O tratamento pode durar de 6 meses a 2 anos, dependendo do tipo da doença.