Endometriose: Um novo olhar sobre uma velha conhecida das mulheres


02.03.17

A Endometriose é uma doença ginecológica muito mais frequente do que as pessoas imaginam. Ela atinge cerca 15% das mulheres em idade reprodutiva, entre 15 a 45 anos.  Essa estatística sobe significativamente se a mulher tem histórico de dor pélvica ou infertilidade (50%) Estima-se, que atualmente no Brasil, a doença atinja de 6 a 7 milhões de mulheres.

A falta de conhecimento das mulheres é uma barreira importante para a detecção precoce desta doença, que é melhor tratada se descoberta no início. Estima-se que em alguns casos se demore de 7 a 11 anos até a doença ser diagnosticada, por isso é extremamente importante ser assunto em pauta durante o seu preventivo anual.

O QUE É ENDOMETRIOSE?

A doença, se caracteriza pelo desenvolvimento do endométrio (tecido que reveste internamente o útero e onde o óvulo depois de fertilizado se implanta) fora dos limites do útero.

O tecido endometrial é estimulado todo mês, por conta da ação dos hormônios produzidos pelos ovários durante o ciclo menstrual normal. Desta forma havendo tecido endometrial fora do útero (endometriose), o qual também responde ao estimulo, gerando sintomas, os quais variam de acordo com a região acometida.

Os sintomas podem também estar relacionados a aderências entre os órgãos pélvicos que surgem com evolução do quadro, muitas vezes associadas a dor contínua e a infertilidade.

 

 

A maioria dos focos de Endometriose ocorrem na cavidade pélvica, podendo acometer:

- Peritônio (tecido que recobre os órgãos);

- Ovários (causando os cistos de conteúdo espesso, também conhecidos como endometriomas);

- Tubas Uterinas (trompas de Falópio);

- Parede anterior e toda a parede posterior do útero, incluindo a região retrocervical (atrás do colo uterino);

- Espaço entre o reto e a vagina (septo reto-vaginal);

- Intestino, principalmente retossigmoide;

- Ligamentos junto ao útero (útero-sacros e redondos);

- Vias urinárias (bexiga e ureteres)

Outros locais são menos frequentes, tais como: Apêndice; Diafragma (músculo responsável por coordenar os movimentos respiratórios); Cicatrizes de cirurgias anteriores, principalmente cesáreas; Pulmões, Cérebro, Nervos. (c)

CAUSAS

Não há uma causa que esclareça totalmente a origem da Endometriose. Acredita-se que vários fatores causais associados sejam a forma mais fácil de explicá-la. Uma das principais hipóteses considera  que, através de um mecanismo de menstruação retrograda, células do endométrio, passem pelas tubas uterinas e caiam nos ovários e na cavidade abdominal das mulheres depositando-se em outros órgãos. Acredita-se que possa haver um fator genético e que esteja relacionada com possíveis deficiências do sistema imunológico.

SINTOMAS

Em 10% dos casos, a doença pode ser assintomática.

Porém quando percebido, a mulher tem queixas como:

- Dismenorreia: Cólica menstrual, sintoma mais comum, podendo comprometer as atividades habituais da mulher, podendo até ser incapacitante;

- Dispareunia: Dor durante a relação sexual;

- Alterações intestinais durante a menstruação (diarreia, intestino preso, sangramento anal);

- Alterações urinárias na época da menstruação (dor ao urinar ou sangramento na urina);

- Dor contínua, independente do período da menstruação. Ocorrem principalmente em casos de Endometriose mais avançada, com grande quantidade de aderências  entre os órgãos pélvicos;

-  E o sintoma mais temido, Infertilidade.

É importante lembrar que a quantidade de sintomas não está relacionada com o volume e a intensidade da doença. Ou seja, nem sempre mulheres com muitos sintomas apresentam o grau mais severo da Endometriose.

DIAGNÓSTICO   

A doença é melhor tratada se descoberta no início. É importante as mulheres terem conhecimento desta condição, seus sintomas mais frequentes, para mais precocemente procurarem seu ginecologista.

Como já relatamos, mulheres com sintomas de forte intensidade nem sempre apresentam a doença em estágios mais avançados. Em contrapartida, mulheres que não apresentam sintomas podem ter suas formas mais severas.

A suspeita da presença de Endometriose pode ser levantada pela avaliação clínica (através da avaliação dos sintomas e exame ginecológico). Porém exames de imagem, como a ressonância magnética, tem papel crucial na avaliação de locais inacessíveis pelo toque ginecológico (parede da bexiga, lesões intestinais em cólon sigmoide, junto a parede útero – acima do colo uterino).

Em nossa unidade BarraShopping você conta com o exame de Ressonância Magnética da Pelve, realizado com preparo e protocolo específicos, interpretado por especialistas em imagem da mulher, que permite a identificação de lesões de Endometriose, mapeando sítios de acometimento profundo, muitas vezes em locais não acessíveis ao exame ginecológico. A ressonância magnética também fornece informações importantes para o planejamento cirúrgico, por vezes demonstrando a real extensão de lesões que seriam apenas parcialmente identificadas a laparoscopia.

 

 

O importante é não deixar de fazer exames anualmente. Procure seu médico ginecologista e mantenha o seu preventivo em dia. O diagnóstico precoce, na maioria das vezes, torna o tratamento mais rápido e eficaz. Consulte seu médico e conheça o nosso novo Centro de Diagnóstico Integrado com área dedicada ao atendimento/exames para Mulher.