Como o cigarro afeta amamentação, gestação, diabetes, doação de sangue e animais de estimação


19.08.19

Já é sabido que o tabagismo pode prejudicar a saúde de diversas formas. As principais consequências do uso de cigarros também são velhas conhecidas, como doenças pulmonares (entre elas a doença pulmonar obstrutiva crônica), complicações cardiovasculares (infartos) e câncer no pulmão.

Mas há diversas outras maneiras de ser afetado pelo cigarro. Engana-se, inclusive, quem pensa que o cigarro prejudica apenas os fumantes: o tabagismo, na verdade, também afeta todos aqueles que estão ao redor, os chamados “fumantes passivos”. Até mesmo os animais de estimação são afetados.

 

  • Então, qual a influência do tabagismo na saúde das pessoas? Veja abaixo como o cigarro pode interferir na amamentação e na gestação, e pode prejudicar diabéticos, doadores de sangue e animais de estimação.

 

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Cigarro e Amamentação

Durante o aleitamento materno, a mãe fumante fica com o leite contaminado pela nicotina e seus derivados, que são absorvidos pelo bebê, prejudicando o sono e aumentando a incidência de cólicas, náuseas, vômitos, problemas respiratórios e agitação.

O consumo de cigarros pela mãe durante a amamentação está diretamente ligado a problemas respiratórios e de sono do bebê. Logo, quanto mais cigarros fumados, maior a probabilidade de a criança desenvolver doenças respiratórias e ter dificuldades para dormir. Bastam cinco cigarros para que a qualidade de sono do bebê seja afetada consideravelmente, podendo prejudicar seu desenvolvimento.

Além disso, a nicotina e outras substâncias tóxicas do cigarro também interferem no ganho de peso dos bebês, assim como na produção de leite materno e na quantidade de nutrientes. É preciso ressaltar ainda que o bebê amamentado por uma fumante não se prejudica apenas pela ingestão do leite, mas também por ser um fumante passivo, pois ele inala as substâncias tóxicas do cigarro, tornando-a predisposta a quadros de alergia e doenças pulmonares em curto prazo.

Dessa forma, a orientação médica é expressa: a interrupção do fumo durante a amamentação deve ser total.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Cigarro durante a gestação

O mesmo vale para bebês ainda no período de gestação. O tabagismo prejudica o feto de forma semelhante, mas os malefícios só são observados no nascimento.

Ao circularem pelo sangue, a nicotina e as demais substâncias nocivas do cigarro dificultam as trocas gasosas e de nutrientes entre a mãe e o feto, fazendo com que o bebê gerado pela mãe fumante já apresente problemas pulmonares desde o nascimento, além de baixo peso e mais propensão a agitação, irritabilidade e cólicas.

 

Cigarro e Diabetes

De acordo com um relatório especial publicado em 2014 pelo Centers for Disease Control and Prevention, dos Estados Unidos, o tabagismo atua também como um fator causal para o desenvolvimento de diabetes. Em outras palavras, o cigarro não apenas é prejudicial para quem já possui diabetes, como também pode causar diabetes em quem ainda não tem. Isto acontece por conta do efeito da nicotina sobre a sensibilidade à insulina.

Outros estudos apontam que pessoas fumantes têm mais riscos de desenvolver diabetes tipo 2, também por conta dos efeitos causados pela nicotina. Um dado importante ressaltado pelas pesquisas, é que o cigarro aumenta o risco de doenças cardiovasculares e AVC em pacientes diabéticos.

 

  • Fumantes passivos também correm mais risco de desenvolver diabetes

 

Segundo uma pesquisa realizada pela The Lancet Diabetes & Endocrinology, pessoas que convivem com fumantes possuem risco 22% maior de desenvolver diabetes. A pesquisa revela ainda que seriam necessários pelo menos 12 anos após a interrupção do tabagismo para que o risco de contrair diabetes chegasse a índices normais, de pessoas que nunca fumaram.

 

Cigarro e doação de sangue

Sim, os fumantes de cigarros comuns podem doar sangue, desde que, no dia da doação, eles não fumem por no mínimo duas horas antes do procedimento.

O doador fumante também deve aguardar mais duas horas após a coleta para fumar novamente, como medida de precaução.

Com outros tipos de inalação, como narguilés, o fumante não pode doar por no mínimo 12 meses.

 

  • Mas por que não é permitido fumar antes de doar sangue?

 

O consumo de cigarro pode afetar a qualidade do sangue doado pelo fumante, pois a fumaça do cigarro aumenta o teor de monóxido de carbono na circulação. Além disso, sendo consumido pouco antes da doação de sangue, o cigarro pode aumentar os níveis de carboxi-hemoglobina no sangue, dificultando o transporte de oxigênio pelo sangue e, consequentemente, a quantidade de oxigênio disponível para o metabolismo celular.

As consequências tanto para doador quanto para receptor podem ser graves: o doador pode ter policetemia tabágica (distúrbio que causa aumento exagerado na quantidade de glóbulos vermelhos no sangue), enquanto o receptor pode ter problemas cardiovasculares em transfusões de sangue.

 

Cigarro e animais de estimação

Animais de estimação podem ser tão fumantes passivos quanto qualquer ser humano, e também podem adoecer por causa das substâncias tóxicas da fumaça do cigarro. Na maioria dos casos, os bichinhos que moram com fumantes apresentam problemas respiratórios e pulmonares; em casos mais complexos, podem desenvolver tumores nasais, principalmente os cães.

Alguns estudos indicam que os animais mais afetados são aqueles considerados de companhia, ou seja, que residem e compartilham o mesmo ambiente com seus donos fumantes, pois acabam inalando mais fumaça e toxinas do tabaco.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  • Consequências do cigarro para animais de estimação

 

As complicações causadas aos pets pelo tabagismo por muitas vezes são silenciosas. Os sinais clínicos só começam a ser notados depois de algum tempo. Portanto, o tutor deve ficar atento aos primeiros sinais da influência da fumaça nos bichinhos, como espirros, coceira, falta de apetite e dificuldade para respirar. Sintomas mais aparentes e graves costumam ser lesões na pele, corrimento ocular e bronquite alérgica.

 

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Fontes:
Centers for Disease Control and Prevention
The Lancet Diabetes & Endocrinology