Uma grande variedade de vírus causadores de doenças se abriga nas florestas, entretanto, com o crescimento das cidades, principalmente próximas às florestas e reservas ambientais, alguns tipos de vírus causadores de doenças - restritos ao ambiente silvestre – vêm se estabelecendo no meio urbano.
O avanço recente dos casos de Febre Amarela é um dos melhores exemplos. Além desses, podemos também citar outros vírus, como o Oropouche e Mayaro, que já são motivo de preocupação às autoridades sanitárias.
Tanto o vírus Mayaro quanto o Oropouche são Arboviroses semelhantes aos vírus da Dengue, Zika, Chikungunya e da Febre Amarela. Assim como acontece com essas outras doenças, Mayaro e Oropouche têm insetos como vetores e responsáveis pela sua transmissão para humanos.
Estes vírus, antes restritos a vetores silvestres, mostram agora adaptação a vetores urbanos, como o Culicoides paraensis, uma mosca conhecida como "borrachudo" ou "maruim", cuja picada costuma ser mais alergênica e provocar maior sensação de coceira do que outras espécies, como o Culex e o Aedes, que, podem transmitir a Febre Mayaro.
O nome dessas doenças geralmente é dado em função da localização dos primeiros relatos de casos. Ambos foram identificados e isolados pela primeira vez em Trinidad e Tobago, na década de 1950-60, nas respectivas regiões de Mayaro e Oropouche.
Essas viroses, principalmente Oropouche, se mantêm com maior prevalência nas regiões amazônicas, em especial Venezuela, Peru e Brasil e também próximo a áreas de florestas da América Central. Recentes estudos, demonstram a presença do vírus Oropouche também na Argentina, Bolívia, Colômbia e Equador.
Na verdade, a doença causada pelo vírus Oropouche já é uma das principais causas de doença febril no Brasil, em especial nas regiões norte e nordeste, tendo inclusive sendo proposta como candidata à próxima epidemia nas Américas, junto com outras doenças como a Encefalite Equina Venezuelana e a Febre Mayaro.
No Brasil, o vírus do Oropouche foi isolado no estado do Pará, em uma espécie de preguiça, em 1960, coincidindo com as obras da rodovia Belém-Brasília. Já no ano seguinte, em 1961, houve a ocorrência de um surto na cidade de Belém, atribuído ao vírus.
Uma das principais limitações na identificação dessas doenças era a falta de recursos diagnósticos precisos, já que o quadro de sinais e sintomas pode ser muito semelhante a outras viroses, como as acima citadas.
Febre
Cefaleia
Mialgia (dores musculares)
Artralgia (dor articular)
Calafrios
Fotofobia (sensibilidade ou intolerância à luz)
Tonteiras
Erupções cutâneas vermelhas
Náuseas/Vômitos
Sangramentos
Dor retro orbital
Epigastralgia (dor na região do estômago)
Anorexia
Adinamia (redução da força muscular, debilitação muscular e fraqueza)
O diagnóstico pode ser feito através da pesquisa do RNA viral no sangue (RNA PCR) e também pela pesquisa de anticorpos IgG e IgM.
Assim como acontece em outras arboviroses, a pesquisa viral por RNA PCR deve ser realizada no início da sintomatologia, de preferência até o quinto dia e a pesquisa de anticorpos após o quinto dia.
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