Por muito tempo, o sarampo, a febre amarela e outras doenças infecciosas chegaram a ter suas notificações reduzidas ou até mesmo consideradas erradicadas. Porém, estas enfermidades começaram a reaparecer e vem provocando uma grande dúvida nos especialistas em saúde.
Recentemente publicamos aqui no blog sobre o surto de sarampo na Região Norte e a preocupação dos infectologistas (leia clicando aqui). Surgiu então a apreensão dos médicos, de que o Brasil enfrentasse uma nova epidemia, ao mesmo tempo em que ainda combatia outra doença infecciosa aguda grave, a febre amarela (leia mais sobre a febre amarela clicando aqui).
O questionamento surge também entre a população: temos mais informação, vacinas e novas tecnologias, além de experiência adquirida com as ocasiões passadas. Por que então estamos presenciando o retorno da dengue, da febre amarela, do sarampo, da coqueluche, da meningite, e da tuberculose e ficando doentes novamente?
Na verdade, estas doenças tornaram-se reemergentes, ou seja, doenças controladas ou até erradicadas que voltaram a aparecer em surtos ou epidemias. E a tarefa de identificar o porquê do retorno não é simples de descobrir.
Existem vários fatores que podem contribuir para o reaparecimento de doenças. Um dos principais é a falta de saneamento básico. Em regiões onde não há tratamento de esgotos, água potável, limpeza urbana, coleta de lixo, manejo e controle de resíduos, a probabilidade de procriação de vírus e bactérias é muito maior. Os países que recebem refugiados também acabam por se tornarem alvos, pois não há como saber quem foi vacinado em seu país de origem. O vai e vem de pessoas entre países e continentes também é um modo dessas doenças cruzarem fronteiras.
Há ainda fatores ambientais e, por incrível que pareça, fatores ligados a obras e construções. Por exemplo, a criação do lago artificial de Itaipu aumentou o número de casos de malária no Sul do Brasil, pois houve um desequilíbrio ecológico.
Pesquisadores de instituições como a Fundação Oswaldo Cruz realizam estudos para tentar entender porque essas doenças voltam, analisando vírus e bactérias para acompanhar as mutações destes microrganismos. Assim, podem adequar o sistema de vacinação, ou seja, modificar tamanhos e quantidades de doses — ou mesmo desenvolver novas vacinas — para que o indivíduo seja imunizado mais adequadamente ao longo da vida. O Brasil é um dos países mais avançados no serviço de vacinação e doenças como essas podem ser controladas graças ao alto índice de imunização e estudos de aperfeiçoamento das defesas do corpo.
Mas é importante lembrar que cada um precisa fazer a sua parte. Por isso, a participação da população é fundamental no combate a estas doenças. É preciso estar com a carteira de vacinação em dia, pois ela continua sendo a forma mais segura de prevenção contra doenças infectocontagiosas. Também é preciso tomar os devidos cuidados com o ambiente propício ao desenvolvimento de vetores e hospedeiros, que transportam vírus e bactérias.
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